Descubra a genética eficiente do Senepol da Grama. Pioneiros desde 2000, desenvolvemos a raça Senepol no Brasil, oferecendo um diferencial para o seu negócio. Seja no cruzamento industrial ou na formação de rebanhos puros, conte conosco.
Somos líderes em eficiência alimentar e no Sumário de Touros da raça. Selecionamos animais de alto desempenho genético, convertendo alimentos em ganho de peso e carne de qualidade. Produza mais e melhor em menos tempo.
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Albert, o filho mais velho de Henry Nelthropp, era o responsável pelo manejo na fazenda Granard States e “fechou” a seleção para buscar gerações cada vez mais produtivas de animais que pudessem cumprir o objetivo de melhorar o fornecimento de proteína animal na ilha de Saint Croix?
Quem começou a resolver isso em 1918 foi Bromley Nelthropp, irmão mais novo de Albert, que rumou em uma viagem de navio de dois dias para Trinidad, pequena ilha ao sul do Atlântico que forma Trinidad e Tobago, nas Antilhas Menores, onde encontrou e comprou um touro de uma tonelada batizado em Trinidad de Captain Kidd, que ele logo renomeou para Douglas, segundo relatos da negociação _ não confirmados, porque uma anotação escrita a mão por um dos Nelthropp nomeava o touro de Sultan.
Pagou o equivalente a 2 mil dólares junto ao Ministério da Agricultura de Trinidad, que tinha ligação com a Estação Britânica de Pesquisas. E levou esse reprodutor para iniciar o cruzamento com suas vacas africanas em Saint Croix. O resultado disso começamos a mostrar na próxima quinzena.
A família Nelthropp vivia numa pequena cadeia de montanhas no centro da Ilha de Saint Croix e já abastecia parte da população com o minguado gado chamado crioulo resultado de várias experiências realizadas ali por alguns criadores? Em 1889, o patriarca Henry Nelthropp fez um grande investimento em uma vacada trazida 30 anos antes num navio negreiro por um quase vizinho, George Elliot. Eram animais da raça N’Dama originária do Oeste do continente africano, preferencialmente de Guiné-Bissau, depois desenvolvida no Sul do Senegal, Mali, Serra Leoa e Costa do Marfim.
Animal de porte médio e resistente a doenças como a do sono, causada pela mosca tsé-tsé, a vaca N´Dama podia atingir um metro até sua altura máxima da paleta e o macho, 1m20, com grande capacidade de conversão do pouco que comia em carne de bom valor nutricional, com pouca gordura. Apesar de até hoje fornecer pouco leite, média de 3 kg/dia, segundo departamento de estudo de raças da Universidade Estadual de Oklahoma, EUA, a fêmea N’Dama desmama suas crias com bom escore, podendo chegar rapidamente aos 300kg. O maior rebanho ainda está no Senegal, com mais de 1 milhão de cabeças de um animal que pode ser abatido com rendimento de carcaça médio de 50%.
Mas era pouco ainda para as exigências de uma terra quente, pobre em pastagens por causa de longas secas e com ameaças de parasitas. Os Nelthropp ainda não estavam satisfeitos e, apesar de a família possuir na fazenda Granard States o maior rebanho de N’Dama da ilha, com 250 cabeças, faltava um componente que agregasse o leite às matrizes. Como isso começou a ser resolvido é o que mostraremos na próxima quinzena.
Que a necessidade de alimentar a população de uma minúscula ilha do caribe americano foi o que deu a chance de descobrimento de uma raça que nasceria longe do Brasil, mas que parecia feita para nós? Vem de meados do século XIX a origem da raça Senepol na pequena Saint Croix, uma ilhota e de apenas 260 km² e 45 km de extensão, que pertencia à Dinamarca.
Desde a sua criação, o rebanho bovino conviveu pelas ruas e estradas da ilha, foi adaptando sua condição de hospitalidade no convívio com os habitantes dali muito mais do que as tribos Kalinago que receberam com hostilidade as caravanas de Cristóvão Colombo quando ele ali desembarcou pela primeira vez, em 1492.
Saint Croix foi disputa de Espanha com Grã-Bretanha e Holanda, virou posse da França, depois vendida para o país escandinavo em 1733. Só em 1916, após um referendo nacional na Dinamarca, foi aprovada a venda da ilha aos Estados Unidos por US$ 25 milhões pagos em ouro explorado na própria ilha, que além dessa extração já vivia também de cana-de-açúcar e do pouco gado que alimentava a população.
Em 1927, seus habitantes foram reconhecidos, legalmente, cidadãos americanos e muitas famílias de diferentes origens já haviam se instalado naquelas terras quentes, de clima tropical, vindas da América do Norte e com veias nórdicas dos povos que dominaram o território até aquele tempo. A evolução da ilha foi estabelecendo as divisões municipais e espalhando as famílias por Saint Croix. E, nessa época, todos deviam a subsistência a uma proteína vermelha que assegurava valores nutricionais e garantia saúde à população. Uma carne produzida por um gado formado ali mesmo, graças à visão de uma família, que vamos começar a apresentar nos próximos capítulos.
O Senepol é uma raça taurina criada na pequena ilha de Saint Croix no caribe americano, durante a procura de uma família por um tipo bovino que pudesse alimentar com qualidade a população local? A “descoberta” aconteceu pouco mais de 100 anos atrás, quando vacas da raça africana N´Dama, originária do Senegal, foram cruzadas com um touro Red Poll, de origem britânica.
Daí o nome Senepol para essa raça que parece ter sido feita para o Brasil, tamanha similaridade das aptidões que precisávamos por aqui encontradas em um animal capaz de produzir o cruzamento industrial a campo, com sustentabilidade.
A construção dessa história é o que a Grama Senepol se propõe a contar quinzenalmente a partir de agora, em uma nova Websérie que servirá para que você conheça, com o máximo de detalhes, a trajetória da raça na sua origem, sua expansão para centros de pesquisa e criatórios nos Estados Unidos, até desembarcar no Brasil no início dos anos 2000, tendo a Grama um dos pioneiros na busca por material genético que ajudasse a espalhar esse taurino adaptado pelos pastos do Brasil, sem nunca ter parado de selecionar.
A água passa a ganhar um papel ainda mais importante na bovinocultura. Um pioneiro estudo realizado pelo programa Embrapa Geneplus desde 2014 no Centro de Qualificação Genética Grama Senepol (CQG), em Pirajuí/SP, ganhou publicação na última edição da prestigiosa revista britânica Animal, da Universidade de Cambridge. Trata-se da primeira literatura no mundo sobre eficiência hídrica e sua relação com produção de carne para a raça Senepol – segunda para bovinos de corte. Outro estudo, também inédito e pioneiro para a raça no mundo, sobre parâmetros genéticos para características econômicas em novilhas, ganhou igualmente as páginas da conceituada publicação.
As primeiras constatações do estudo sobre a água realizado na Fazenda da Grama, com 1.116 animais, foram apresentadas em 2018 de forma inédita no mundo em um congresso internacional de melhoramento animal que aconteceu na Nova Zelândia. Foi apresentado pelo gestor do Geneplus, Gilberto Menezes, que junto do pesquisador Rodrigo Gomes, também da Embrapa, deu início aos estudos a partir dos dados coletados no programa Safiras do Senepol, que acontece dentro do CQG e avalia novilhas para qualificá-las como doadoras. Os dados da prova denominada Topázio do Senepol, de avaliação de touros jovens, também foram analisados.
O artigo, enviado em maio e revisado em novembro de 2020, foi aceito no dia 12 de dezembro, conforme comunicado enviado pelos editores à Embrapa. Foi publicado dia 23 de dezembro com o título “Demanda hídrica para produção de carne pode ser reduzida por meio de seleção genética” (veja o original na íntegra clicando em https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1751731120301440).
Os revisores da revista Animal pediram que constasse do artigo a informação sobre a apresentação inédita do estudo no congresso da Nova Zelândia, que aconteceu antes de a Universidade do Kansas soltar artigo com tema parecido, mas com menor abrangência no universo de pesquisa.
As primeiras informações coletadas no CQG foram usadas para uma tese de mestrado do acadêmico Gabriel Pereira (UFMS), que teve coorientação de Gilberto Menezes. Os dados foram coletados nos primeiros bebedouros eletrônicos instalados no Brasil, dentro da Fazenda da Grama, para medição de consumo de água e sua relação com a transformação em performance para produção de carne. A constatação é que sim, as duas características de alto impacto econômico em produção pecuária têm uma grande relação e podem ser usadas como critério de seleção.
“O objetivo era verificar se seria possível conseguir melhoramento em gado de corte para eficiência hídrica por meio de seleção genética”, conta Gilberto Menezes, que assina o artigo ao lado de outros pesquisadores e técnicos (veja artigo original). “Queríamos averiguar se existia variabilidade genética suficiente em uma população para garantir melhoramento nas gerações seguintes e vimos que a herdabilidade sendo de média a alta permite boa resposta à seleção para eficiência hídrica e uso da água para produção de carne, que para surpresa foi até maior que a eficiência alimentar”.
Ele afirma que este é um novo e interessante critério que não existe em sumário nenhum e serve hoje como informação para, por exemplo, uma região mais carente em termos de disponibilidade de água. “Pensando em sustentabilidade e produção ambientalmente correta é uma novidade que vai ainda ganhar muito campo no Brasil e no mundo, mas nós precisamos avançar nos estudos”, afirma o gestor do Geneplus, satisfeito em descobrir com os resultados que a correlação entre eficiência hídrica e alimentar é alta. “Significa que ao selecionar um animal mais eficiente para alimento ele também será para água”.
O impacto dessa descoberta pode pesar na economia geral da pecuária, já que medir água é mais fácil e menos oneroso do que medir eficiência alimentar. “Por isso, precisamos estudar muito ainda, quem sabe um dia não tenhamos esses bebedouros eletrônicos nos pastos”, completa.
Outra satisfação de Gilberto Menezes é a publicação inédita no mundo pela mesma Animal de artigo que ele assina com outros técnicos e pesquisadores com o título “Parâmetros genéticos para performance, eficiência alimentar e características de carcaça em novilhas Senepol” (veja o artigo original na íntegra clicando em https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1751731120301622).
Publicado em 9 de janeiro de 2021, teve como base o mesmo Safiras do Senepol e os primeiros estudos feitos na tese de mestrado da acadêmica Larissa Novo (UFMT). Trata-se de mais um artigo inédito no mundo para a raça Senepol.
“Precisamos saber se as características escolhidas como critérios de seleção apresentam variabilidade genética para responderem à seleção levando ao melhoramento genético. A herdabilidade é um parâmetro genético que dá ao melhorista uma ideia disso”.
Segundo Gilberto Menezes, em melhoramento genético é também importante conhecer como as diversas características avaliadas se associam geneticamente entre si a fim de se buscar a melhor estratégia de seleção. Há características que tem relações favoráveis entre si, enquanto outras desfavoráveis. “Ou seja, eu melhoro uma e a outra melhora junto, no caso de associação favorável, ou melhoro uma e pioro a outra quando desfavorável”. O conhecimento das correlações genéticas obtidas no estudo estima essas associações e ajudam na construção, por exemplo, de índices de seleção a serem adotados
Para o autor dos artigos, a satisfação é enorme como profissional e pesquisador, por ver o prestígio recebido da revista Animal. “Para o Geneplus é muito importante, porque as informações, quando bem utilizadas, são fonte de aplicabilidade para a melhoria da atividade no geral. Para as pessoas, é gratificante, para o Senepol é um passo muito grande adiante e, para o Brasil, mais um orgulho de ser pioneiro na geração desses conhecimentos”.
Por fim, ele faz um agradecimento especial à Fazenda da Grama. “A abertura do banco de dados para tantos estudos foi preciosa, pois é onde colhemos todas as informações dentro dos programas Safiras e Topázio do Senepol, que muito têm evoluído geneticamente em números, biotipo e contribuição para a raça”, conclui.