Senepol da GRAMA: O Senepol EFICIENTE!

Burocracia

A chegada do Senepol na forma de embriões congelados comprados na Georgia emperrou em questões que adiaram os planos da Grama e seus dois sócios. Um pouco por causa de protocolos de produção dos embriões de TE nos Estados Unidos, que não tinham volume suficiente de produção, já que não eram de FIV. Outro tanto por burocracias aduaneiras e de protocolos sanitários a cumprir lá e no Brasil. Ao invés de chegarem em setembro de 2000, só desembarcaram em março de 2001.

As obrigações alfandegárias geraram um grande trâmite de papéis providenciados pelos investidores, que ainda tiveram de respeitar um período de quarentena para os botijões, antes que fossem levados para a unidade da CFM-Leachman onde estava o Montana, na Fazenda Guariroba, em Pontes Gestal/SP, região de São José do Rio Preto.

Em meio a tanta expectativa dos criadores brasileiros em dar sequência ao plano de seleção do taurino adaptado que eles acabavam de introduzir no Brasil na forma de embriões, alguns cuidados técnicos precisaram ser rigorosamente seguidos, sob o risco de não vingar aqueles US$ 120 mil investidos na novidade da pecuária brasileira. Que cuidados foram esses é o que vamos contar já no próximo fascículo.

Senepol da GRAMA: O Senepol EFICIENTE!

Água com gás

Vacas Base Plantel Leachman 1999

JR Fernandes e os sócios na compra dos embriões de Senepol nos Estados Unidos tornaram-se proprietários de um botijão de nitrogênio que chegaria ao Brasil com material genético de parentes de raçadores que já forneciam sêmen altamente eficazes para projetos de cruzamento no Brasil com as melhores doadoras reunidas na Georgia, na propriedade da Leachman Cattle Company.

Eram fêmeas estruturadas, de um frame muito desejado, com muita funcionalidade de todas as características desejáveis a todos os selecionadores. JR Fernandes participou da seleção e dos acasalamentos com os técnicos americanos.

De noite, após baterem o martelo, os sócios tinham de celebrar o investimento vultuoso para a época – US$ 120 mil cada – e numa modalidade arrojada para eles, uma novidade ainda no Brasil, a transferência de embriões. Não havia champanhe no hotel e eles brindaram com taças de água com gás. Mesmo sem saber que resultado técnico e comercial teria aquela empreitada, depois do tim-tim começou para a Grama e seus sócios uma saga que contaremos a partir do próximo fascículo.

Senepol da GRAMA: O Senepol EFICIENTE!

Embriões

A ideia de produzir bezerros de corte nunca saiu do planejamento da Grama. Mas o Senepol já havia conquistado um adepto, que era também muito técnico e que buscava, então, um plano para levar a raça ao Brasil. JR Fernandes propôs sociedade a outros dois pecuaristas amigos de Jaboticabal e combinaram de fazer um negócio inusitado para a época, num acordo bem atrelado com a joint venture CFM-Leachman, controladora do projeto Montana no Brasil.

Um dos pontos negociados foi a quantidade. A empresa seria a proprietária dos embriões, para que o trâmite fosse viabilizado. Os brasileiros pediram dois anos de exclusividade de comercialização de Senepol no Brasil. A controladora topou, desde que fossem 700 embriões.

O preço passou a ser o vulto seguinte nas contas dos sócios, mas era preciso encontrar um mecanismo para facilitar a operação. O investimento já estava programado pelas três fazendas e custaria a cada uma delas uma quantia próxima a US$ 120 mil. Assim foi feito. Como isso funcionaria é o que virá no próximo fascículo.

Senepol da GRAMA: O Senepol EFICIENTE!

Doadoras

Pesquisadores americanos já tinham estudado e referendado o Senepol como de grande potencial produtivo nos países de clima tropical, em condições parecidas com as de Saint Croix, ilha caribenha pertencente aos Estados Unidos onde a raça nascera pouco mais de meio século antes.

Técnicos Clay Center

Com o aval da família, JR Fernandes saiu em busca de uma base para o Senepol que ele queria dar início e encontrou com um dos técnicos americanos a fonte dos embriões que abasteciam o projeto Montana no Brasil. Era um time das melhores doadoras da raça que o técnico agrícola P. J. van der Wall havia selecionado com base nas avaliações constantes do sumário da Associação Americana de Senepol (SCBA). Elas seriam o start da seleção da Grama. O plano estava pronto. O passo seguinte era partir para a execução, mas isso fica para o próximo fascículo.

Senepol da GRAMA: O Senepol EFICIENTE!

Mudança de itinerário

JR com Cláudio Adão gerente Pindó em Billings

Um projeto reprodutivo muito bem sucedido, encabeçado por JR Fernandes com a vacada cruzada na Fazenda da Grama, na década de 1990, rendeu a ele como prêmio uma viagem para conhecer a holding de um grupo holandês que instituiu o concurso. Ao invés de ir a Amsterdã, trocou com os organizadores por uma viagem a Billings, a fim de conhecer o Clay Center, em Nebraska (EUA), onde pesquisas com o adaptado descoberto em Saint Croix já tinham dados a serem apresentados.

Vacada em Billings Montana no Leachman

JR Fernandes trocou o itinerário e foi conhecer os técnicos que já estudavam o rebanho criado em Saint Croix e levado aos Estados Unidos para conclusões que começavam a indicar a sua utilização em países tropicais.

O balanço daquela viagem somou-se aos resultados que ele tinha do seu Montana para martelar na família Fernandes a ideia de inserir o Senepol em sua seleção. E essa decisão foi tomada rapidamente, como será mostrado no fascículo seguinte.