ALBERT FILHO MAIS VELHO DE HENRY NELTHROPP FOI O RESPONSÁVEL POR BUSCAR GERAÇÕES MAIS PRODUTIVAS DE ANIMAIS

Albert, o filho mais velho de Henry Nelthropp, era o responsável pelo manejo na fazenda Granard States e “fechou” a seleção para buscar gerações cada vez mais produtivas de animais que pudessem cumprir o objetivo de melhorar o fornecimento de proteína animal na ilha de Saint Croix?

Quem começou a resolver isso em 1918 foi Bromley Nelthropp, irmão mais novo de Albert, que rumou em uma viagem de navio de dois dias para Trinidad, pequena ilha ao sul do Atlântico que forma Trinidad e Tobago, nas Antilhas Menores, onde encontrou e comprou um touro de uma tonelada batizado em Trinidad de Captain Kidd, que ele logo renomeou para Douglas, segundo relatos da negociação _ não confirmados, porque uma anotação escrita a mão por um dos Nelthropp nomeava o touro de Sultan.

Pagou o equivalente a 2 mil dólares junto ao Ministério da Agricultura de Trinidad, que tinha ligação com a Estação Britânica de Pesquisas. E levou esse reprodutor para iniciar o cruzamento com suas vacas africanas em Saint Croix. O resultado disso começamos a mostrar na próxima quinzena.

Bromley Nelthropp, irmão mais novo da família, foi quem viajou dois dias de navio até Trinidad para buscar o primeiro touro britânico para cobrir a vacada N´Dama em Soint Croix.

A FAMÍLIA NELTHROPP ABASTECIA PARTE DA POPULAÇÃO DA ILHA DE SAINT CROIX COM UM MINGUADO GADO CHAMADO CRIOULO

Vacas da raça africana N´Dama, porte médio, resistência a parasitas, pouco leite, mas muita conversão e rendimento: a base genética que deu origem à raça Senepol.

A família Nelthropp vivia numa pequena cadeia de montanhas no centro da Ilha de Saint Croix e já abastecia parte da população com o minguado gado chamado crioulo resultado de várias experiências realizadas ali por alguns criadores? Em 1889, o patriarca Henry Nelthropp fez um grande investimento em uma vacada trazida 30 anos antes num navio negreiro por um quase vizinho, George Elliot. Eram animais da raça N’Dama originária do Oeste do continente africano, preferencialmente de Guiné-Bissau, depois desenvolvida no Sul do Senegal, Mali, Serra Leoa e Costa do Marfim.

Animal de porte médio e resistente a doenças como a do sono, causada pela mosca tsé-tsé, a vaca N´Dama podia atingir um metro até sua altura máxima da paleta e o macho, 1m20, com grande capacidade de conversão do pouco que comia em carne de bom valor nutricional, com pouca gordura. Apesar de até hoje fornecer pouco leite, média de 3 kg/dia, segundo departamento de estudo de raças da Universidade Estadual de Oklahoma, EUA, a fêmea N’Dama desmama suas crias com bom escore, podendo chegar rapidamente aos 300kg. O maior rebanho ainda está no Senegal, com mais de 1 milhão de cabeças de um animal que pode ser abatido com rendimento de carcaça médio de 50%.

Mas era pouco ainda para as exigências de uma terra quente, pobre em pastagens por causa de longas secas e com ameaças de parasitas. Os Nelthropp ainda não estavam satisfeitos e, apesar de a família possuir na fazenda Granard States o maior rebanho de N’Dama da ilha, com 250 cabeças, faltava um componente que agregasse o leite às matrizes. Como isso começou a ser resolvido é o que mostraremos na próxima quinzena.

O SENEPOL É ORIGINÁRIO DE UMA ILHOTA DE APENAS 260km²

Que a necessidade de alimentar a população de uma minúscula ilha do caribe americano foi o que deu a chance de descobrimento de uma raça que nasceria longe do Brasil, mas que parecia feita para nós? Vem de meados do século XIX a origem da raça Senepol na pequena Saint Croix, uma ilhota e de apenas 260 km² e 45 km de extensão, que pertencia à Dinamarca.

Desde a sua criação, o rebanho bovino conviveu pelas ruas e estradas da ilha, foi adaptando sua condição de hospitalidade no convívio com os habitantes dali muito mais do que as tribos Kalinago que receberam com hostilidade as caravanas de Cristóvão Colombo quando ele ali desembarcou pela primeira vez, em 1492.

Saint Croix foi disputa de Espanha com Grã-Bretanha e Holanda, virou posse da França, depois vendida para o país escandinavo em 1733. Só em 1916, após um referendo nacional na Dinamarca, foi aprovada a venda da ilha aos Estados Unidos por US$ 25 milhões pagos em ouro explorado na própria ilha, que além dessa extração já vivia também de cana-de-açúcar e do pouco gado que alimentava a população.

Em 1927, seus habitantes foram reconhecidos, legalmente, cidadãos americanos e muitas famílias de diferentes origens já haviam se instalado naquelas terras quentes, de clima tropical, vindas da América do Norte e com veias nórdicas dos povos que dominaram o território até aquele tempo. A evolução da ilha foi estabelecendo as divisões municipais e espalhando as famílias por Saint Croix. E, nessa época, todos deviam a subsistência a uma proteína vermelha que assegurava valores nutricionais e garantia saúde à população. Uma carne produzida por um gado formado ali mesmo, graças à visão de uma família, que vamos começar a apresentar nos próximos capítulos.

Cana-de-açúcar era atividade econômica em Saint Croix nos séculos anteriores, até que, sob controle dos Estados Unidos, novo dono da ilha, passasse a desenvolver outros segmentos, como a bovinocultura.

O Senepol é uma raça taurina criada na pequena ilha de Saint Croix

O Senepol é uma raça taurina criada na pequena ilha de Saint Croix no caribe americano, durante a procura de uma família por um tipo bovino que pudesse alimentar com qualidade a população local? A “descoberta” aconteceu pouco mais de 100 anos atrás, quando vacas da raça africana N´Dama, originária do Senegal, foram cruzadas com um touro Red Poll, de origem britânica.

Daí o nome Senepol para essa raça que parece ter sido feita para o Brasil, tamanha similaridade das aptidões que precisávamos por aqui encontradas em um animal capaz de produzir o cruzamento industrial a campo, com sustentabilidade.

A construção dessa história é o que a Grama Senepol se propõe a contar quinzenalmente a partir de agora, em uma nova Websérie que servirá para que você conheça, com o máximo de detalhes, a trajetória da raça na sua origem, sua expansão para centros de pesquisa e criatórios nos Estados Unidos, até desembarcar no Brasil no início dos anos 2000, tendo a Grama um dos pioneiros na busca por material genético que ajudasse a espalhar esse taurino adaptado pelos pastos do Brasil, sem nunca ter parado de selecionar.

Mapa da criação do Senepol na pequena Saint Croix, com origem na cruza de vacas N´Dama, do Senegal, e touro britânico Red Poll. (Arte: Associação Internacional do Senepol)

Por que a indústria dá ágio ao criador de senepol

Amigos e amigas da raça Senepol,
Pesquisa da Scot com pecuaristas criadores de meio sangue Senepol constata que mercado paga ágio espontâneo aos produtos cruzados com Senepol, em função da qualidade intrínseca de seus produtos, suas carcaças diferenciaras de animais precoces, mesmo sem um programa oficial de premiação.
Vamos que vamos fomentar nossa raça. Senepol tem valor!!!!!
Acredite mais criador e vamos fazer um trabalho sério em prol da raça.
Vamos juntos divulgar!

FONTE: http://www.canalrural.com.br/noticias/jornal-da-pecuaria/por-que-industria-agio-criador-senepol-71902