Cada vez mais informações na qualificação valoriza programa Safiras do Senepol
(*) por Daniel De Paula
Quanto mais informação, melhor. E dados seguros de medições feitas com uso de tecnologia cada vez mais moderna vão estruturando o Senepol no Brasil. Todos os dias, mais gente está acessando as múltiplas fontes para conhecer a raça e se assegurar de dar um passo decisivo na direção da rentabilidade que esse taurino adaptado oferece desde que chegou ao País, no ano 2.000. E quando busca segurança, o criador encontra num programa que já ganhou prêmio internacional de garantia: o Safiras do Senepol.
E olha que isso foi em 2012, depois de três edições do programa, que começou em 2009, com 53 animais. Com o passar dos anos e 936 fêmeas depois, o teste ganhou incrementos de medições que já destacamos aqui na Enfoque em edições anteriores, mas que agora tem uma novidade que muito vai contribuir para a seleção e o melhoramento genético da raça.
Mais uma vez, o pioneirismo vem do grupo Parceiros do Senepol. Em 2013, o Safiras estreou a medição de eficiência alimentar das bezerras inscritas na prova realizada todos os anos na Fazenda da Grama, em Pirajuí/SP, e que cresceu ano após ano. A novidade consiste em mensurar, agora, o consumo de água dos animais, para incorporar esse novo dado coletado eletronicamente no pacote científico que compõe cada doadora avaliada e qualificada no programa.
O ideal, segundo o médico veterinário Marcelo Neves Ribas, da Intergado, responsável pelo equipamento e processo de avaliação, é que essa nova informação do consumo de água complete todos os outros dados gerados durante a prova. Inclusive o de eficiência alimentar. Tudo isso em busca do tão aclamado equilíbrio de uma matriz que depois vai fornecer a ferramenta touro para produção de carne a campo, a grande aptidão da pecuária brasileira – e também a ainda grande demanda.
Essa tecnologia toda serve para trazer ao relatório de cada fêmea um ítem de avaliação que não se enxerga com o olho. As demais medições de escore corporal, controle reprodutivo e análise morfológica, que compõem o pacote do Safiras do Senepol, ajudam a “fechar” a qualificação das fêmeas, que passam 150 dias em teste. Entram para o programa bezerras com até 14 meses e, este ano, 214 fêmeas inscritas vem de 20 criatórios diferentes, dos 42 componentes do grupo Parceiros do Senepol.
“Não é porque uma fêmea tem dois ovários que ela seja uma doadora ou um touro que tenha testículo não é, necessariamente, um reprodutor”, costuma citar o técnico Júnior Fernandes, da Grama Senepol, para justificar tanta avaliação e rigor na qualificação dos animais do grupo Parceiros do Senepol. É aí que reside a segurança que o mercado precisa e encontra nas distribuições que o grupo realiza em leilões organizados pela S+.
O consumo de água sempre foi importante, mas nunca se chegou à conclusão de até que ponto ela serve para compor um dado economicamente viável para fêmeas que produzem os touros que o mercado necessita. Ainda não consta da literatura a informação de quanto um animal consome de água para produzir um quilo de carne. Essa informação está em construção na parceria da Intergado com o programa Safiras.
O cocho de água tem sensores que funcionam como balança e informam o peso da água toda vez que um animal entra e sai com a cabeça por uma janela com sensor que identifica pelo chip no tag aplicado a cada uma. À medida que a novilha se afasta do cocho, com o nível de água mais baixo, outro sensor aciona a reposição automática da água. Essa é a diferença do que já existe no teste para medição da eficiência alimentar – um vagão repõe a comida cinco vezes ao dia.
O que já existe de relatórios sobre a eficiência alimentar das fêmeas safiradas no ano anterior, bem como todo o pacote de informações gerado nas edições anteriores, dá ao investidor a certeza de que o que vem dessas doadoras identificadas no programa só pode contribuir com a economia de qualquer fazenda.
O legal dessa novidade do programa é que, para acessar o cocho de água, a novilha passa por uma plataforma que é uma balança. Ou seja, acabou a necessidade de se manejar sete vezes o lote para pesagens que medem a evolução dos animais em teste. Diariamente esse dado chega cinco vezes de cada fêmea aos computadores da Intergado, com a precisão que a prova oferece.
Isso explica bastante o crescimento do Senepol no Brasil. Dados da ABCB-Senepol registram crescimento de 30% anual no número de associados e animais registrados. Tudo começa com a compra de um touro que vai cobrir a campo sem grandes exigências e com a eficiência que sua adaptabilidade oferece e garante em qualquer região do Brasil.
Dali em diante, com a observação da necessidade do mercado em produzir o mesmo bezerro pesado que vai ter valor agregado em menos tempo e com mais qualidade do produto final carne, a maioria dos pecuaristas dá o passo seguinte: selecionar Senepol puro. Tem sido assim com o grupo Parceiros do Senepol. Vai ser assim toda vez que alguém resolver apostar nessa raça impressionante, confiável e irresistível.
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- Fêmeas durante a prova de avaliação Safiras do Senepol na fazenda da Grama. Alta tecnificação.
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