A FAMÍLIA NELTHROPP ABASTECIA PARTE DA POPULAÇÃO DA ILHA DE SAINT CROIX COM UM MINGUADO GADO CHAMADO CRIOULO

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Vacas da raça africana N´Dama, porte médio, resistência a parasitas, pouco leite, mas muita conversão e rendimento: a base genética que deu origem à raça Senepol.

A família Nelthropp vivia numa pequena cadeia de montanhas no centro da Ilha de Saint Croix e já abastecia parte da população com o minguado gado chamado crioulo resultado de várias experiências realizadas ali por alguns criadores? Em 1889, o patriarca Henry Nelthropp fez um grande investimento em uma vacada trazida 30 anos antes num navio negreiro por um quase vizinho, George Elliot. Eram animais da raça N’Dama originária do Oeste do continente africano, preferencialmente de Guiné-Bissau, depois desenvolvida no Sul do Senegal, Mali, Serra Leoa e Costa do Marfim.

Animal de porte médio e resistente a doenças como a do sono, causada pela mosca tsé-tsé, a vaca N´Dama podia atingir um metro até sua altura máxima da paleta e o macho, 1m20, com grande capacidade de conversão do pouco que comia em carne de bom valor nutricional, com pouca gordura. Apesar de até hoje fornecer pouco leite, média de 3 kg/dia, segundo departamento de estudo de raças da Universidade Estadual de Oklahoma, EUA, a fêmea N’Dama desmama suas crias com bom escore, podendo chegar rapidamente aos 300kg. O maior rebanho ainda está no Senegal, com mais de 1 milhão de cabeças de um animal que pode ser abatido com rendimento de carcaça médio de 50%.

Mas era pouco ainda para as exigências de uma terra quente, pobre em pastagens por causa de longas secas e com ameaças de parasitas. Os Nelthropp ainda não estavam satisfeitos e, apesar de a família possuir na fazenda Granard States o maior rebanho de N’Dama da ilha, com 250 cabeças, faltava um componente que agregasse o leite às matrizes. Como isso começou a ser resolvido é o que mostraremos na próxima quinzena.