Que a necessidade de alimentar a população de uma minúscula ilha do caribe americano foi o que deu a chance de descobrimento de uma raça que nasceria longe do Brasil, mas que parecia feita para nós? Vem de meados do século XIX a origem da raça Senepol na pequena Saint Croix, uma ilhota e de apenas 260 km² e 45 km de extensão, que pertencia à Dinamarca.
Desde a sua criação, o rebanho bovino conviveu pelas ruas e estradas da ilha, foi adaptando sua condição de hospitalidade no convívio com os habitantes dali muito mais do que as tribos Kalinago que receberam com hostilidade as caravanas de Cristóvão Colombo quando ele ali desembarcou pela primeira vez, em 1492.
Saint Croix foi disputa de Espanha com Grã-Bretanha e Holanda, virou posse da França, depois vendida para o país escandinavo em 1733. Só em 1916, após um referendo nacional na Dinamarca, foi aprovada a venda da ilha aos Estados Unidos por US$ 25 milhões pagos em ouro explorado na própria ilha, que além dessa extração já vivia também de cana-de-açúcar e do pouco gado que alimentava a população.
Em 1927, seus habitantes foram reconhecidos, legalmente, cidadãos americanos e muitas famílias de diferentes origens já haviam se instalado naquelas terras quentes, de clima tropical, vindas da América do Norte e com veias nórdicas dos povos que dominaram o território até aquele tempo. A evolução da ilha foi estabelecendo as divisões municipais e espalhando as famílias por Saint Croix. E, nessa época, todos deviam a subsistência a uma proteína vermelha que assegurava valores nutricionais e garantia saúde à população. Uma carne produzida por um gado formado ali mesmo, graças à visão de uma família, que vamos começar a apresentar nos próximos capítulos.