História

A Grama Senepol

Grama Senepol introduziu a raça no Brasil no ano 2000 e nunca mais parou de selecionar.

Se tem um orgulho que a Grama Senepol carrega em sua história é o de ter contribuído para o desenvolvimento e consolidação da raça no Brasil através de muitas ações. Inovação sempre foi a ferramenta de trabalho utilizada para lapidar uma raça e refletir o seu brilho em números, frase que exprime boa parte da trajetória da família Fernandes.

Quem hoje identifica da genética Grama com o ritmo alucinante com que José Antônio Fernandes Junior toca o Senepol da família enxerga no seu DNA o perfeccionismo misturado com praticidade, responsabilidade e boa dose de simplicidade que herdou do pai e da mãe para fazer as coisas darem certo.

Características que vieram dos antepassados da família, passando por Antônio Fernandes, avô de Junior Fernandes e que deu origem ao que depois se tornaria a marca ZT tatuada desde sempre no Senepol da Grama, iniciais de Zé Torneira, como ficou conhecido José Antônio Fernandes Netto na sua Jaboticabal, até fundar em 1980 com a esposa, Dejanira Bellodi Fernandes, a Fazenda Santo Antônio da Grama, em Pirajuí/SP.

Quando se formou em Medicina Veterinária pela Unesp-Jaboticabal, em 1991, JR Fernandes ligou o motor da produtividade para alavancar os negócios da família, que renderam o primeiro selo GlobalGap no Brasil, chancela de bom manejo, com respeito sócio-ambiental e outras qualidades conferido pela Eurep. Feito que rendeu reportagem de capa da revista DBO No 190, de julho de 1996.

A família Fernandes inaugurou dois anos antes a grife Garrote Carnes Nobres, conduzia pelos filhos Carolina e JR Fernandes, e a experiência com a busca pelo melhor para oferecer ao mercado se transferiu para a produção das carcaças que atendessem à exigência pela qualidade.

Abatia 800 animais entre 22 e 24 meses, para compor 70% da venda de 8 a 10 toneladas por mês de carnes diferentes, entre cortes especiais, embalagem fresca (70% do total), maturada ou temperada.
Num projeto vanguardista para a época de abater animais superprecoces, JR Fernandes já visava mais o marketing que isso podia levar ao negócio e ao futuro de sua empresa agropecuária e casa de carnes do que os 50% de desconto no ICMS para o produto daquela categoria.
Decidido a investir seu tempo e conhecimento no cruzamento industrial e em tecnologias aplicadas em pecuária, JR Fernandes se especializou em reprodução animal e ganhou em 1995 prêmio de melhor projeto de inseminação artificial do Brasil, concedido em Belo Horizonte/MG pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal.

A condecoração se deveu ao índice de 91% de prenhez em 472 matrizes inseminadas na estação de monta iniciada em 1o de dezembro de 1994. Como prêmio, escolheu conhecer de perto a origem da genética que ele empregava no programa Montana, do qual tornou a Grama um dos franqueados. Na expedição a Billings (EUA) de 1997, passou a estudar de onde vinha a maior influência na padronização dos bezerros que produzia em casa e encontrou poucos meses depois a explicação em outra viagem aos Estados Unidos, onde constatou ser do Senepol o sangue mais predominante naquilo que ele queria para o seu rebanho comercial.

Ali começava a se desenhar o Senepol da Grama, que logo em seguida se tornou o criatório número 1 da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol, que a própria Grama ajudou a fundar.

Registro da Grama de sócio número 1 da ABCB-Senepol.

A seleção partiu de 700 embriões que JR Fernandes escolheu com técnicos americanos que já haviam apartado as melhores fêmeas em avaliação para formação dos Montana Makers. Formou uma joint venture com outros dois criadores – Santa Fé e Stéfani Agropecuária – e investiu no material genético que deu origem às linhagens que foram se fixando no Senepol brasileiro a partir das fêmeas nascidas na fazenda e que até hoje produzem descendentes de alta produtividade. Eficiência quantificada em volume, mas sobretudo na qualidade identificada em ações que mapearam o rebanho a ser reproduzido no Brasil a partir da genética ZT.

Doadora 904 (dir.) nasceu dos embriões importados que introduziram a raça no Brasil em 2000, na foto com seus dois clones na Fazenda da Grama.

Doutor em reprodução animal, JR Fernandes passou a aglutinar empresários rurais e técnicos que pudessem dar corpo à ideia de qualificar os melhores indivíduos que pudessem passar pelos processos de FIV e TE, que ganhavam cada vez mais adeptos no país.

Surgiu então o grupo Parceiros do Senepol, que chegou a ter 43 fazendas dividindo a responsabilidade de qualificar seus produtos para ter confiança de promover o melhoramento genético no rebanho nacional, que tinha uma demanda crescente pelo que o Senepol podia oferecer.

Ainda assim, a Grama liderou a busca por genética diferenciada no berço da raça, em Saint Croix, quando lançou o projeto Isla Senepol, uma genética importada que deu um novo impulso no que já se multiplicava por aqui.
O compartilhamento dos produtos identificados como superiores sempre obedeceu, para a Grama, a ordem de repartir com os integrantes do grupo o sucesso comercial que o Senepol passou a ter. Tanto pensava num todo mais que em si que o primeiro leilão próprio da Grama surgiu apenas em 2014, quando entrou no seu 15o ano de seleção.

Prêmio Mario Gasperi, conferido ao programa Safiras pela associação internacional do Senepol, pela grande contribuição ao melhoramento genético da raça.

Primeiro porque precisava beneficiar os parceiros e, segundo, porque precisava ter certeza de que o que estava sendo ofertado tinha o máximo de acurácia para produzir bem e atrair mais e mais gente interessada em proporcionar produtividade à pecuária de corte do Brasil. E isso intensificou um programa criado também na Grama que se tornou um divisor de águas para a raça, o Safiras do Senepol.

Estrutura do CQG-Grama usa tecnologia de ponta para dar precisão às avaliações de Safiras e Topázio do Senepol.

A prova surgiu em 2009, prosperou para o programa Topázio do Senepol e hoje funciona dentro do Centro de Qualificação Genética Grama Senepol, o CQG-Senepol, onde uma estrutura moderna e dotada das mais importantes tecnologias mensura e avalia fêmeas jovens e garrotes pré-selecionados por criadores que comungam da ideia de apenas utilizar para si e compartilhar com o mercado aquilo que efetivamente serve para dar sustentabilidade à pecuária.

O CQG-Senepol provou que JR Fernandes estava certo quando dizia que não é apenas por ter dois ovários que uma fêmea pode ser doadora e que um macho por ter dois testículos, um reprodutor. Foi sempre pensando no produto final carne de qualidade com menor custo de produção que a família Fernandes foi multiplicando genética confiável, que forneceu a pequenos, médios e grandes produtores machos e fêmeas melhorados sempre dentro da filosofia de trabalho que significa o dia a dia da Grama Senepol.

Doadora Grama 142, das primeiras revelações do programa Safiras do Senepol e que se tornou um ícone na raça.