Em depoimento, titular da Genetropic enaltece Grama e o Leilão Embryos

 

O texto abaixo é a reprodução do que um dos maiores criadores brasileiros de Senepol e empresário de prestígio, Jairo Ferreira Lima, escreveu durante a semana do Leilão Virtual Grama Embryos & Convidados. Pelo aplicativo Whatsapp, nos grupos de que participa entre criadores da raça no Brasil, o titular da Genetropic contou em quatro capítulos, um por dia e com riqueza de detalhes, toda a história da Grama, sua importância na formação de vários planteis, inclusive o dele. Cita, com pormenores, os objetivos atingidos, a responsabilidade das escolhas, avaliações, a amizade, a afinidade para os negócios e a evolução até tornar o grupo Parceiros do Senepol, o programa Safiras do Senepol, a S+ e o crescimento da raça, através do melhoramento genético que norteou a vida de todos os selecionadores. No final, Jairão – ou Profeta, como é carinhosamente chamado por todos os criadores – cita Shakespeare para fazer uma convocação para o leilão deste dia 24 de setembro, com transmissão pelo Canal do Boi. Um texto que comoveu os integrantes do time da Grama Senepol e que vai aqui reproduzido na íntegra não apenas para motivação do leilão, mas de todos os dias de trabalho com a raça Senepol. Boa leitura.

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Capítulo 1 – 20 de setembro

Prezados parceiros e amigos criadores da raça Senepol,
Quero pedir licença para dar início a uma série de depoimentos, testemunhos e informações sobre as afinidades e a profunda relação profissional que proporcionaram, inclusive, uma sólida amizade, hoje histórica, pois já completou 10 anos, entre a Grama e a Genetropic. Essa amizade foi fortalecida a cada dia, em função e por causa da seleção e do melhoramento genético da raça Senepol.
Para ilustrar o que penso e o que move minhas ações nos negócios, recortei a frase que considero extremamente “oportuna”, que dá a exata dimensão de como devemos agir frente às quase raras “oportunidades”, que não escolhem as circunstâncias para se apresentar a nós.
Utilizei essa frase como mote dos três leilões que a Genetropic promoveu neste ano de 2015 e agora ela está lá, na página inicial do nosso site no espaço “Máximas para Reflexão”.
Vamos dar início, então, à série “Grama, Genetropic e Senepol: tudo a ver”.
Antecipadamente, quero agradecer a todos pela nobre atenção.

 

Forte abraço a todos.

Capítulo 2 – 21 de setembro

 

Continuando, então, a série “Grama, Genetropic e Senepol: tudo a ver”…

 

A receptividade em relação ao meu interesse de fazer parcerias foi total. Aliás, escutei do Sr. Zé [Torneira] e do Jr. [Fernandes] que a própria trajetória da Grama, no Montana e na importação dos embriões de Senepol, era fruto sempre de parcerias. Tanto que, no Senepol, eles já tinham um projeto iniciado com a Santa Helena e bem recente.
Para resumir, em pouco menos de 18 meses, já éramos sócios em 15 doadoras, que o Jr. classificava como Top Class, sendo que, entre elas, estavam as mães de Tropical 12, Vale 15, Vale 616 e Caribe 35.
As mães de Canal 365 e Serrano 407 eram doadoras que eu adquiri da Grama entre quase 20 fêmeas PO e POI, que vieram nesse mesmo período ou um pouco depois. Entre as 15 doadoras, contavam-se várias linhagens, sendo que tínhamos algumas jovens filhas das Top Class. Um detalhe: até então, não havia trabalhos de FIV com nenhuma delas. E no que se refere à TE, também muito pouco.
Praticamente todas as mais jovens eram crias naturais das doadoras, ou seja, nós ainda nem as chamávamos de doadoras e sim de vacas.
E que vacas!
Sabem por quê?
A crise na pecuária e no cruzamento industrial era tão forte, que era temerário reproduzir em escala. Além disso, o Senepol pagava um tributo adicional muito alto, pois os pecuaristas brasileiros, praticamente, não conheciam a raça.
Aí, vocês poderiam dizer que Grama, Santa Helena e Genetropic estavam apostando tudo no nada.
Eu respondo que não, pois conhecíamos a capacidade da raça e tínhamos certeza que todas as crises iriam passar, mas o Senepol iria ficar.
E, como a pecuária é um negócio de ciclo longo, não podíamos perder tempo. Tínhamos de ir à luta, multiplicando a raça pela TE e, por que não, pela FIV. E da melhor forma possível, mesmo porque a Grama dispunha de um banco de sêmen de alto nível. Mesmo que fosse para os dias de hoje. E o que é melhor: colocou à disposição da parceria.
Imaginem o quanto isso colaborou para nossos esforços e destinações de recursos, investimentos!
As colheitas que vieram, logicamente, não foram por acaso. Logicamente!

 

Depois tem mais…

Capítulo 3 – 22 de setembro

 

Continuando a série “Grama, Senepol e Genetropic: tudo a ver”…

 

Com aquela forte parceria, a Genetropic participava da notável reserva genética daquela primeira e distinta geração de seleção de Senepol da Grama, pois ficáramos sócios de não menos do que 15 doadoras Top Class frutos de embriões importados.
Além disso, a Genetropic adquiriu durante os primeiros 18 meses não menos que 14 novilhas, filhas de várias outras doadoras do plantel Grama, e mais 4 doadoras.

Tudo isso para quê? Produzir embriões, prenhezes  e animais do mais alto valor genético que poderíamos ter no Senepol mundial.
As limitações da velocidade de multiplicação de toda aquela genética eram grandes, pois só podíamos contar de forma efetiva com a TE. Foi quando concluímos que precisávamos acelerar o processo, contando com a FIV. Muitos foram os percalços, mas com ela até o aproveitamento de sêmen raros e valorosos permitiu que fossem adicionados mais animais frutos de acasalamentos cada dia mais planejados, direcionados de forma mais seletiva.
Foi então que eu, Júnior e Alex [Marconato] decidimos garimpar nos botijões do Montana, no Brasil, e do Senepol, nos EUA, sêmen de todos os genearcas mundiais da raça e, com isso, estabelecermos o mais completo e qualificado banco de sêmen que fosse possível naquela época.

Felizmente, logramos êxito e conseguimos adicionar pelo menos mais 40 grandes genearcas e raçadores do Senepol em aproximadamente 2.000 doses, que sempre foram divididas entre nossos criatórios de forma democrática. Para nossa alegria, os frutos e resultados positivos começaram a aparecer dentro das parcerias e dos criatórios de forma muito efetiva e determinante.
Estávamos com um verdadeiro tesouro nas mãos. Tudo mais que precisava ser feito de importante fomos perseguindo passo a passo: Parceiros do Senepol, Safiras do Senepol, Embrapa-Geneplus, Parceiros na Feicorte, Genética ISLA.
E mais: Júnior e Alex criaram a S+, outro marco da evolução deste grande projeto de seleção e melhoramento real e necessário da raça Senepol.

Depois tem mais…

WHATS

Capítulo 4 (final) – 23 de setembro

 

Prezados,
Preciso encerrar a narrativa da saga “Grama, Genetropic e Senepol: tudo a ver” com este episódio de hoje.

No final, tenho uma convocação, que julgo muito importante para você.
Pois então, vamos lá!
Quando a Genetropic fez as primeiras parcerias em doadoras com a Grama, ali estavam fêmeas da primeira geração, oriundas dos embriões importados no ano 2.000 e que representavam aproximadamente dois terços delas, sendo que o outro terço já era da segunda geração.
Os acasalamentos, feitos a partir da amplitude de linhagens compostas de indivíduos tão superiores, foram planejados e realizados, num primeiro momento, com genearcas e raçadores que já existiam no banco de sêmen da Grama, somados aos que conseguimos garimpar e adquirir aqui no Brasil.
Entre eles, citarei alguns dos mais importantes – já e desde aquela época: Wizard 23 D, PRR 840, WC 850, WC 950, Mr Max 1 H, CN 5480, CN 5225, Redeemer, Profit, 6801, Campeon, Sol 31, Rondon 43, RBS 9704, 850 da Repro, 5225 da Repro, Sol 10, Wizard 36 M, Oklan, etc.
Esses touros foram utilizados sobre a primeira e a segunda gerações, para formar a terceira e seguirmos em frente. Em pleno curso dessa etapa, já começava a chegar o primeiro lote de sêmen importado.
Esses também – e logicamente – passaram a ser utilizados em todas as doadoras, desde a primeira geração, pois quase a totalidade delas ainda estava produzindo. E o que foi mais auspicioso: a grande maioria reproduzindo, então já com a técnica de FIV, o que permitia que as poucas e raras doses de muitos desses touros fossem muito bem aproveitadas.

 

Vamos matar a saudade e a curiosidade, citando alguns deles, que vieram na primeira e segunda importações: CN 4635 Blondie, CN 6013 D Caramba, CN 5938 D, Hot Stuff 25 A, WC 754 A, RAB Efficiency 126 A, Prosperity 12 L, Rajun Cajun 4 J, KF 140 G King’s Alpha, HBC 28 G, PRR 978, AMI 635 Flor de Maio, PRR 2110 L, CHesterfield LAD 9086, WC 918 B, CN 550 N, CN 640 N, CN 6445 G, CP Dusty 123 L, HBC 48 K, PRR 7013, CN 5562, SCR 3051, SCR 6001, SHQ 53 D, WC 98 N, WC 112 N, WC 123 N, WC 173 R, WC 990 B, etc., etc.

Quando estávamos utilizando esses reprodutores sobre as doadoras da primeira até a terceira gerações, começou a chegar sêmen dos touros ISLA, o que representou um importante  “up grade” em termos de touros jovens e superiores. E o que é mais importante: todos CN e WC. E vivos, modernos, adquiridos por nós em 2009 e levados para os EUA, para serem coletados  e trazermos sêmen para o Brasil. Eram eles: CN 811 R, CN 933 R, CN 1029 S, CN 8033 U, WC 225 T, WC 238 U.
Agora, estamos na fase da quarta geração de doadoras, com uma amplitude e diversidade genética extraordinárias, com o melhoramento genético adequado e, verdadeiramente, levado a sério, praticado em conformidade com o que a ciência preconiza.
Todos os criadores podem ter acesso pleno, irrestrito, democrático a tudo isso e nas melhores combinações genéticas possíveis, pois os touros que foram utilizados e que corresponderam estão presentes em muitas doadoras. E ainda com sêmen disponível para serem acasalados e disponibilizados na forma de embriões, por exemplo.
Isso foi o que a Grama planejou, programou, produziu e disponibilizará no leilão deste dia 24 de setembro. Uma “oportunidade de ouro”, mesmo, para criadores que estão na raça há um bom tempo, pois não é raro escutarmos estes lamentarem por não terem acesso a algumas linhagens ou genéticas de determinados raçadores.
Nesta quinta, todos têm acesso a tudo isso e o que é melhor: em combinações genéticas que, na maioria dos casos, contempla três, quatro linhagens muito bem equacionadas em termos de resultado final desejado. Ou seja, um acasalamento que representa uma quinta geração de melhoramento genético, aberturas de linhagens e complementariedade, com potencial para produzir e nivelar qualquer criatório com o melhor que pode produzir ou, até mesmo, superior ao que a Grama está produzindo hoje.

Para encerrar, vou reproduzir a frase de Shakespeare “martelando” o que é principal para você e reforçando: nunca houve oferta tão qualificada de embriões de Senepol no Brasil. Nunca!
Boa Sorte, ou seja, esteja preparado e aproveite esta oportunidade.
Muito obrigado pela sua nobre atenção.
Forte abraço a todos.

 

Jairo Ferreira Lima

Genetropic Senepol