Senepol da GRAMA: O Senepol EFICIENTE!

Valor da partilha

Os machos nascidos da importação de embriões pela parceria da Grama com Stéfani e Sacramento serviriam para a quitação de outra parte do acordo dos três sócios com o fornecedor americano dos embriões. De todos os bezerros nascidos, 90% seriam entregues à Leachman Cattle Company, que os repassaria aos franqueados, para se tornarem Montana makers. Os quase 100 animais entregues como pagamento já renderam a primeira noção de valor de um touro Senepol no Brasil. No final das contas, para quitação do saldo, cada garrote foi entregue a uma cotação aproximada de US$ 1.750,00.

O trio de criatórios ficaria com 10% dos melhores, em outra joint venture que os sócios batizaram de “Reprodutouros”, com a sigla Repro, que incluía a própria CFM-Leachman. Ela não definia a quem pertenceria cada touro. Todos eram de todos. Numa fusão que rendeu os três primeiros touros nascidos no Brasil para central de sêmen, mas isso é assunto para o próximo fascículo.

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Primeiras Siglas

Mesmo com índice baixo de nascimentos dos primeiros embriões chegados dos Estados Unidos e com as perdas naturais de um processo novo no Brasil, a partilha das crias aconteceu como estabelecido no acordo entre os três sócios na importação. Na Grama, 35 fêmeas nascidas receberam a sigla ZT, iniciais de Zé Torneira, como sempre foi conhecido o fundador da Grama, José Antônio Fernandes Netto, pai de JR Fernandes.

Apesar de o volume de nascimentos não ter sido o esperado, o projeto continuou, graças à fertilidade das vacas fornecedoras de embriões, da seleção de receptoras pela Grama, que tinha experiência em manejo reprodutivo e de gado cruzado para efetivar uma boa cria, e do poder de produção da raça Senepol do que já vinha selecionado dos Estados Unidos. Mas os nascimentos não eram só de fêmeas. Alguns bezerros que surgiram precisavam de um futuro. E os planos estratégicos da condução do que já se tornava um rebanho de Senepol no Brasil vamos contar a partir do próximo fascículo.

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Compensação

Como ficou abaixo do contratado o índice de prenhez dos embriões implantados nas receptoras dos sócios, na entrega do segundo botijão daquela importação, a joint venture abasteceu o seu Núcleo Montana na CFM com produtos da mesma origem, para um teste de efetividade. Os acertos foram acontecendo com a Grama e os investidores brasileiros na proporção do que colhiam de produtos.

Foi desses testes que nasceram animais Puros de Origem que, meses mais tarde, em 2003, a CFM negociou com outros criadores, que passavam a enxergar no Senepol uma grande raça. Só puderam ser negociados – como qualquer outro produto Senepol da empresa no Brasil – depois de cumprida aquela salvaguarda de dois anos firmada na negociação dos 700 embriões.

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Dieta especial

Cada sócio na empreitada da genética Senepol importada dos EUA precisava separar duas fêmeas para cada embrião, um número maior de receptoras que atendia à recomendação dos técnicos que fariam aquele serviço, delicado para a época, escolhendo as que estivessem em melhor condição na hora do procedimento.

Os especialistas ainda receitaram para as barrigas de aluguel um bem elaborado regime alimentar, que as deixaria em condições de cumprir o protocolo de transferência dos embriões, condição que poderia diminuir o risco de não dar resultado. As transferências ocorreram em julho de 2001.

Doutor Nélio Roberto Amâncio de Ávila, que havia se formado com JR Fernandes na UNESP, em Jaboticabal, fez o trabalho na Fazenda da Grama, em Pirajuí/SP, junto com o assistente Manuel Ávila.

Mesmo sob todos os cuidados, o resultado não foi o esperado, levando-se em conta o investimento. A taxa de prenhez foi perto de 30%, aquém da garantia contratual de 50% de efetividade dos embriões. Mas ainda tinha mais 150 deles para chegar e a compensação também era aguardada pelos sócios, algo que contaremos no próximo fascículo.

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Receptoras

Os novos criadores de Senepol do Brasil foram preparando a base de rebanho para receber os embriões em duas etapas e precisaram tomar todos os cuidados, inclusive legais, com aquela tecnologia que era nova. Os primeiros 550 embriões desembarcados no Aeroporto Internacional de Guarulhos/SP, em março de 2001, foram divididos entre os sócios e implantados com o sistema de compensação entre eles na forma de produtos nascidos.

A Grama tirou das 2000 matrizes F-1 que produziam o composto Montana as 800 mais bem preparadas para se tornarem receptoras. Todas virariam mães de produtos Senepol POI.

Por ser uma tecnologia ainda pouco utilizada no Brasil, cumpridos os trâmites legais vinham ainda algumas recomendações técnicas que os criadores teriam de cumprir para fazer valer o alto investimento naqueles embriões. Pauta para o próximo fascículo.